quarta-feira, 31 de março de 2010

Sobre o estado do cinema português.



Nem de propósito. Na edição online do Público de hoje Inês Nadais analisa o estado em que se encontra o cinema português e alerta para o risco que corremos de ficar sem ele. Terá chegado a hora de irmos para a Nigéria?

terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre a Acção.





O primeiro dos três workshops que o Michael Sandoval vai dar em Portugal começou hoje em Lisboa. O Michael chegou ontem de manhã de Abuja na Nigéria, uma cidade que diz ser de extremos, com pessoas muito ricas (aquelas que directa ou indirectamente estão associadas à indústria do petróleo) e outras muito pobres. É uma cidade de acesso difícil e perigoso, mas que tem a particularidade de ter grandes projectos no campo da indústria cinematográfica.

De facto, a Nigéria é um país que tem sido insistentemente utilizado para grandes produções americanas, o que ajudou a alavancar um projecto-piloto para a construção de uma escola de cinema cujas infra-estruturas poderão vir a ser aproveitadas e rentabilizadas por produtoras de todo o mundo. O Michael é consultor deste mesmo projecto e durante as duas últimas semanas esteve a coordenar um workshop para cerca de 200 adolescentes provenientes de diferentes backgrounds. Neste curso participaram desde miúdos que levavam os seus próprios computadores para as aulas, sendo que alguns desses mesmos computadores se tratavam de desktops apple com o respectivo monitor e portanto transportados em malas de tamanho a condizer, até outros que nunca tinham visto um computador na vida e que percorreram milhares de quilómetros (alguns fizeram viagens de autocarro de mais de 20 horas) para poderem participar. Entre tempestades de areia que destruíram alguns dos poucos computadores que existiam, viagens escoltadas por militares, o calor e as muitas horas enfiado em aviões, disse-me que foi de longe a experiência mais surpreendente e gratificante da sua vida e garante-me que, naquele grupo de rapazes e raparigas, encontrou pessoas com um potencial profissional fora do comum em diferentes áreas - actores, realizadores, argumentistas, e por aí fora.

Na sexta-feira o Michael parte outra vez para Abuja para no Sábado poder estar presente na entrega final de diplomas deste curso, e no domingo regressa a Portugal para na segunda-feira dar início aos nossos workshops no Porto. Portanto, Abuja-Lisboa-Abuja-Porto, mais as respectivas escalas. É como quem diz "vou ali à Nigeria e já venho"; e se para ele as viagem e o esforço valem a pena, para nós também têm mesmo de valer. Por cá as viagens são curtas, e ainda há vagas para os workshops – as informações estão no site da Yellowtail.

terça-feira, 23 de março de 2010

Delta.



A Delta é patrocinadora oficial dos Workshops de Cinema Yellowtail Creative Consulting.

Workshops Cinema.



+ Informações e programa em yellowtail.pt

A melhor juventude.




Afinal o que é ser-se velho? É ter rugas e cabelos brancos ou não ser capaz de evoluir? É que para permanecer psicologicamente jovem as operações de estética e o ginásio ajudam pouco.

Há pessoas que, graças a tratamentos hormonais, ginástica, cirurgia estética, maquilhagem e moda, continuam a parecer jovens, mesmo tendo 70 anos. E alguns também são jovens no seu interior. Já outros têm um interior envelhecido. Que significa exactamente ser jovem ou ser velho? Os jovens lembram--nos animais juvenis: crias fofas, flexíveis, brincalhonas.

Na criança vemos vivacidade, frescura e espanto. Para nós, os jovens têm muita energia, são rápidos, animados e recuperam rapidamente as forças. No plano mental, são curiosos, fazem experiências, aprendem rapidamente, acreditam no futuro, adaptam-se às várias circunstâncias, pensam para além dos esquemas existentes e são criativos, construtivos. Nos velhos, todas estas características se tornam mais rígidas. Mas será mesmo assim? Serão mesmo assim todos os jovens que conhecemos? Não. Muitos são pessoas de hábitos, seguem passivamente as modas, as orientações do grupo, perdem tempo com jogos parvos. Outros são preguiçosos, não lêem, não estudam, não conseguem concentrar-se, não acreditam no futuro, não sabem definir nem seguir metas. Portanto as qualidades que descrevemos como sendo típicas da juventude estão presentes em algumas pessoas excepcionais com uma grande inteligência, abertura mental, capacidade de criar e de renovação contínua.

Goethe, Freud, Marie Curie, Simone de Beauvoir, Verdi, Puccini, Charlie Chaplin permaneceram sempre jovens. Mas não é essencial possuir o génio deles para permanecer jovem. Basta cultivar as nossas qualidades humanas. Há muitas pessoas que ficam psicologicamente velhas com trinta anos porque se encerram em hábitos, preconceitos e horizontes ideológicos, não aceitando o que é novo ou diferente.

Controlam as emoções, não enfrentam novos problemas, tornam-se rígidas e repetitivas. E se graças à ginástica, às dietas, à cirurgia estética conseguem parecer fisicamente jovens, quando começam a falar percebemos que são iguais ao que eram no passado.

Velho é quem não evolui. Para permanecer psicologicamente jovem, o exercício e as operações estéticas servem de pouco. É preciso um coração e uma mente abertos, aceitar a humanidade em todas as suas formas, observar, estudar o que é novo, tentar compreendê-lo, não seguir a manada, não seguir as modas, não se deixar arrastar pela corrente, pensar pela própria cabeça, viver as emoções, procurar o que é intenso e essencial e rejeitar o resto.


Francesco Alberoni
Sociólogo, escritor e jornalista.

Via Jornal i.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Cineclube do Porto.


O Cineclube do Porto anda a fazer pela vida. Leia-se aqui a notícia do Público.

Relembro a todos os interessados que têm ainda uma semana para se inscrever nos Workshops de Cinema com o realizador americano Michael Sandoval - A não perder de 5 a 9 de Abril no Hotel Sheraton Porto. Mais informações no site da Yellowtail.

João Guedes no WQS.



Para seguir aqui (e aqui).

quinta-feira, 18 de março de 2010

L’aquila pescatrice.



Young Italian Girl by the Well, por Franz Xavier Winterhalter.

O som tem mais influência no apelo à estética do que à priori podemos supor. Há uns tempos entrei na cozinha de casa dos meus pais para encontrar uma rapariga relativamente rechonchuda, que eu nunca vira até então, a beber um copo de leite. Quando lhe apareci de repente não se atrapalhou por não me conhecer e, com uns bigodes brancos, soltou um alegre “Buon Giorno!”. “Bom dia”, disse-lhe eu, ao mesmo tempo que tentava descortinar a origem de tão alegre criatura. Qualquer coisa como “Sono amica di João” (e o João é um dos meus irmãos) esclareceu-me até certo ponto. Vim a saber mais tarde naquele dia que se tratava de uma das suas paixonetas que, neste caso, estava associada à fonética. Passo a explicar: No dia em que o meu irmão conheceu a rapariga ela contou-lhe uma história sobre uma espécie de águia, a águia-pescadora ou Pandion Haliaetus, conhecida lá para as bandas de onde ela vinha como “L’aquila pescatrice”. Foi exactamente pela maneira como ela dizia “L’aquila pescatrice” que ele se apaixonou. A língua italiana tem este encanto. Conhecendo o meu irmão como conheço, não o imagino a olhar duas vezes para uma bonita portuguesa com sotaque de Guimarães, por muito erudita em espécies em extinção que ela fosse, simplesmente pela forma como diria "águia-pescadora". Poderia encontrar outras razões, mas não essas.
Se eu naquele dia tivesse ouvido da boca daquela rapariga um “Oi!”, um “Good morning!”, ou um “Bonjour!”, o efeito teria sido certamente diferente daquele que me provocou o “Buon Giorno!”, assim como teria sido diferente a imagem que eu reteria da míúda com bigodes de leite, até porque também são totalmente diferentes uns bigodes de leite de uma brasileira, de uma inglesa ou de uma francesa. Mas isso é outra conversa. Em relação à fonética, queria apenas acrescentar que tenho visto marcas portuguesas com pretensões de internacionalização com nomes simplesmente indizíveis noutras línguas, e que esse facto pode, por si só, ter um peso considerável no entendimento ou na aproximação do público a um determinado produto.

JMA
Excerto de texto publicado no Semanário Económico/Casual, 2008.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Michael Sandoval.



Michael Sandoval é escritor, realizador e professor, e vive em Nova Iorque. Os seus filmes têm passado por inúmeros festivais nos Estados Unidos e também um pouco por todo o mundo, tal como Festival de Berlim, Palm Springs Film Festival, Slamdance, Toronto Worldwide Short Film Festival, e Margaret Meade Documentary Film Festival. É detentor da Ang Lee Fellowship, e tem sido distinguido com inúmeras distinções relacionadas com o seu trabalho criativo. Entre 2007 e 2009 participou em residências artísticas por todo o mundo, nomeadamente na Ucross Foundation, Santa Fe Art Institute, ou ainda na Casa San Miguel nas Filipinas. Actualmente é Director de Projectos Culturais e instrutor principal na New York Film Academy, onde desenvolve colaborações com organizações como o Museu Guggenheim de Nova Iorque, Whitney Museum, ou o Pontifical Council for Culture. É licenciado em Film Directing pela NYU, e em Escrita Criativa pela Universidade do Michigan. Estará em Portugal entre os dias 30 de Março e 9 de Abril onde realizará 3 workshops no Porto e em Lisboa.


+informações no nosso site.

quarta-feira, 3 de março de 2010

The Pen Story.





E dizem eles que: "This is the PEN Story in stop motion. We shot 60.000 pictures, developed 9.600 prints and shot over 1.800 pictures again. No post production! Thanks to all the stop motion artists who inspired us."

segunda-feira, 1 de março de 2010

Père Lachaise.



“esta casa sem mim deve ter tanta vida como o Père Lachaîse à meia-noite”.


A Mãe, In Bilhetes de Colares, A.B.Kotter (A.K.A José Cutileiro).