quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sobre a Ascendência.



Foto: (?), 1935.

Esta é uma fotografia dos meus avós recém-casados que, apesar de não ter sido tirada na Côte d'Azur, está carregada daquele mood à la F. Scott Fitzgerald.

A minha avó é a típica matriarca do sul da Europa, e é uma grande mulher. Hoje tem 96 anos, 7 filhos, 28 netos, e 42 bisnetos. Que Deus lhe dê Saúde.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Rave On.



Recessão, edifícios vazios, facebook e um sound system potente, são as condições necessárias e suficientes para que subculturas emergentes queiram dar o ar da sua graça. A geração internet quer também ser oposição, e há uma nova cultura rave à espreita. A festa ilegal que a Scumtek promoveu no passado dia 30 em pleno centro de Londres é já case study de sociologia - a subversão gosta de dançar.

Ler aqui o artigo do The Observer.

sábado, 6 de novembro de 2010

Kelly x 10.



Photo: ASP/Rowland.

Kelly Slater conquistou hoje o seu décimo título mundial. Que História...

domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre a preguiça.



Preguiça.

As pessoas trabalham mais hoje do que alguma vez aconteceu. Di-lo o filósofo suíço radicado em Inglaterra Alain de Botton, que teve a sorte que muitos de nós desejariam – é herdeiro de uma grande fortuna familiar, apesar de por um daqueles arbítrios que apenas os milionários se podem permitir, decidiu prescindir dela, e viver apenas dos seus ganhos como escritor.

Temos a sensação que vivemos na era do lazer, das férias, das viagens por prazer, mas é capaz de não ser assim. Trabalhamos demais diz ele. Na Idade Média a maior parte das pessoas trabalhava até ganhar o dinheiro que precisava para sobreviver e depois parava para desfrutar do que conseguira. Só voltava a trabalhar quando o dinheiro acabava. Na era industrial as pessoas começaram a cumprir as jornadas regulares de trabalho.

Hoje vivemos obcecados em ter uma vida produtiva. Trabalhar muito. Trabalhar incessantemente. Todos conhecemos alguém que fica com inquietações ao domingo à tarde com saudades do escritório. Ou quem invente desculpas para não tirar férias. Não é por acaso que nas férias aumentam as separações entre casais, os conflitos entre pais e filhos tendem a agudizar-se e os níveis de ansiedade para quem está habituado à rotina sobem imenso.

É difícil aceitar a preguiça. Aquela que é desejada, permitida, feliz. Porque também a há desgraçada, nascida da revolta, quando nos obrigam a algo que não desejamos. Falo daquela que irrompe, depois de um momento de satisfação, cumprido com um bom repasto ou de uma conversa agradável. É aí que, consolado, sem nenhum desejo para ser realizado, o corpo e a mente se entregam ao repouso, reconciliando-se com o mundo.

É do senso comum ouvir dizer-se que os portugueses trabalham pouco. Tenho dúvidas. Não sabem é, na maior parte das vezes, optimizar de forma qualitativa o seu tempo de trabalho. O historiador holandês Johan Huizinga defende que uma vida produtiva só é possível com muitos momentos de improdutividade. Ao homem da produção, do consumo e do trabalho, contrapõe o homem do jogo, do lúdico, da festa. Para ele, o homem trabalha, apenas porque deixou de saber desfrutar.

Ou seja, não sabe o que fazer com o ócio. Com o trabalho não. Vive-o como obrigação. Necessidade. Forma de disciplina. Paixão, para quem gosta muito do que faz. Forma de felicidade. Uma maneira de se manter entretido e de afastar a ideia de morte. Seja o que for, o trabalho identifica. Somos o que fazemos. É por isso que é tão difícil estar no desemprego. Não é apenas o dinheiro. É também a identidade de cada um que se joga. Fora do mercado de trabalho é como se não se existisse.

Estranha sociedade esta em que uma parte está desesperada, por excesso de trabalho, e a outra por não ter emprego. Uma sociedade onde se fala do esbanjamento de recursos naturais, como o petróleo e a água, e onde se esquece o desperdício do recurso mais precioso, o ser humano, com direito ao trabalho e à preguiça, porque o tempo é o principal recurso não renovável.


Vítor Belanciano, Público 6-10-2010.

Jerry & Mick.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dekalog - The Ten Commandments.




"Everyone seems to accept the Ten Commandments as a kind of moral basis, and everyone breaks them daily. Just the attempt to respect them is already a major achievement." K. Kieslowski.


Dekalog
é uma série de 10 episódios que Krzysztof Kieslowski realizou para a televisão polaca no final dos anos 80, e é também o melhor cinema que vi nos últimos (largos) tempos.
O argumento e a realização são sublimes, a cinematografia (cada episódio tem o seu director de fotografia) é absolutamente excepcional, e a direcção artística, também pelas reminiscências que traz às pessoas da minha geração, é exemplar.
A narrativa explora momentos do quotidiano dos habitantes de um complexo habitacional de Varsóvia, transformando-os em parábolas dos tempos modernos.
A Polónia, país de base profundamente católica, estava na eminência de assistir à queda do comunismo, procurando a sua identidade algures entre os fantasmas do marxismo e o pragmatismo das novas tecnologias e correntes científicas em voga na Europa Ocidental. João Paulo II era um ícone da revolução que acabaria por levar Lech Walesa ao poder.

“What is the true meaning of life? Why get up in the morning? Politics doesn’t answer that.”, disse uma vez Kieslowski, que sempre se considerou agnóstico. De facto, com a política não chegamos lá, mas em Dekalog há a poética que, se não dá respostas, pelo menos incita à meditação. Estética, ética e religião são aqui dissecadas de forma profunda - na teoria e na prática.

Em Dekalog, há também um personagem comum a praticamente todos os episódios, que vamos assumindo como metáfora sem sabermos exactamente do quê. É uma figura de certa maneira híbrida que, não tendo influência directa nos acontecimentos, anda por lá, ou aparece por lá. Sobre ele Kieslowski disse a certa altura: "I don't know who he is", apesar de depois ter acrescentado: "He's not very pleased with us." Em 1995 diria também ao San Francisco Chronicle: "In the Old Testament, there is a punishing God, in the New, he was a good old man forgiving trespasses. The competition for God today is not another God, but things which compete with the idea of God. So we started looking at things that some people found more important than God. We found a very simple conflict between faith and the brain, the conflict between the head and the heart.", e é disto que trata Dekalog.

Enfim, são quase 10 horas de filme (2 DVD's), mas vale a pena a maratona (ou devo dizer a peregrinação?) num fim-de-semana de mau tempo como o que passou, ou como aquele que aí vem.

JMA.

domingo, 3 de outubro de 2010

Chloe.



"In the identikit world of the Hollywood leading lady, Chloë Sevigny defies convention. Her quirky looks, iconic sense of style and fearless approach to acting have made her the often controversial queen of the indie movie. Here she reveals why she regrets nothing."

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Promover Portugal.



"Without promotion something terrible happens: nothing."
P.T.Barnum.


O Rip Curl Pro Portugal é um bom exemplo daquilo que uma marca/evento pode fazer por uma determinada região. É que sai mesmo toda a gente a ganhar. Ler aqui o artigo do Público.

A ideia de Indústrias Criativas em Portugal não consegue passar do jargão político-institucional. Os suspeitos do costume apoderaram-se do termo, explorando-o em conferências, cursos e afins, mas, de facto, não conseguem chegar a quem FAZ. É importante termos presente o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido noutros países e cidades do mundo, mas não podemos querer aplicá-lo directamente à nossa aburguesada realidade. Exemplos como o da Rip Curl são uma pedrada no charco em que vivemos, mas há de haver por aí quem pergunte: "E o que é que isto tem a ver com Indústrias Criativas?".

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

JC.



Fica o rastro de amor, amizade, boa disposição, e de todas as outras coisas que, de uma maneira ou outra, o João deixou a todos aqueles que tiveram a sorte de fazer parte da sua vida. E assim, o efémero se transforma em eterno.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Corinne Day 1965-2010.




"Corinne Day almost single-handedly launched the career of Kate Moss. The epic shoot The 3rd summer of love, styled by Melanie Ward and featuring a sixteen year old Moss, was published in The Face in July 1990 and can be regarded as the beginning of a new era in fashion photography."

Text Via GLAMCULT.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Noz Home & Catering.



A nossa Raquel foi mãe há dias o que acrescenta algo mais ao artigo que publiquei em 2008 e que agora repesco. Aqui fica:


Raquel Sanguedo foi, desde sempre, uma daquelas pessoas que acham que “só os peixes mortos vão com a corrente”. Foi contra a corrente que há seis anos fugiu do Porto para Nova Iorque para fazer um MBA. Com um horário apertado pelos estudos, começou a trabalhar nas horas vagas a servir à mesa no número 118 de St.Marks Place, no St.Dymphna’s, um restaurante irlandês no coração de East Village. É um lugar muito simpático, um restaurante-bar de bairro, meeting point de artistas, despretensioso, e onde se come muito bem. Não demorou muito tempo até a Raquel se tornar gerente, e ser a imagem de marca da casa. De sorriso rasgado e braços, literalmente, abertos a todos aqueles que ali entram, passou, pouco tempo depois, de gerente a sócia, até que no final de 2007 acabou mesmo por tomar conta do lugar. O St.Dymphnas é dela.
Curiosamente, St.Dymphnas (Santa Dymphna) é a padroeira daqueles que sofrem de afecções mentais e nervosas, o que, garanto-vos, não é o caso desta portuguesa de 31 anos que, com um percurso digno de se tornar argumento para um filme, tem vindo a marcar terreno na Big Apple.
O vinho a copo, ou neste caso o wine by the glass, é prática comum em grande parte dos bares e restaurantes da cidade, não sendo excepção no St.Dymphnas, muito embora os vinhos portugueses estejam aqui pouco ou nada representados, segundo percebi porque em termos de preço (agora agravado pelo valor alto do Euro em relação ao Dólar) têm muita dificuldade em competir com os vinhos da Califórnia, Chile, Argentina, entre outros.
Mas a história não fica por aqui. A Raquel, como já referi, e como boa portuguesa que é, tem um enorme jeito para receber pessoas e para as servir. Tendo os contactos e o know-how adquiridos por alguns anos na área da restauração, começou a fazer, com a sua irmã Patrícia, pequenos serviços de catering para empresas e pequenas festas. Criaram então a Noz Home & Catering. No seu site (nozcatering.com), irrepreensível em termos de imagem, podemos ler qualquer coisa como isto que aqui deixo em tradução livre: “Um reino independente desde o séc.XII, Portugal tem uma das mais ricas histórias e culturas de toda a Europa. (...)A Noz Home & Catering, uma companhia portuguesa sediada em Nova Iorque, traz-lhe, através do Atlântico, os autênticos sabores, as especialidades e a decoração da sua terra natal (...).”
Com clientes como Paul McCartney, Calvin Klein, Armani, Carolina Herrera, Vanity Fair ou Elle, é de coração posto na escolha dos diferentes produtos e no cuidado com a sua imagem que fazem a gestão de duas vertentes distintas dentro da mesma empresa, por um lado a realização de serviços de catering de qualidade, com uma média de oito serviços por dia e, por outro, a promoção e venda de produtos portugueses como jóias, serviços de mesa, entre outros.
A cereja no bolo é o facto de estas duas empreendedoras serem bonitas, o que nos ajuda a contrariar a imagem da emigrante portuguesa com bigode, vestida de preto, e que, mesmo quando já está bem na vida, continua a carregar, de semblante triste, o fardo do fado. Estão de parabéns porque, em Nova Iorque, dizer St.Dymphna’s ou Noz Home & Catering, é dizer: “É assim que se faz em Portugal, e bem”.