"No livro [de Eça de Queiroz], Macário confessa-se a um companheiro. [No filme, confessa-se a uma senhora sentada ao seu lado no comboio, interpretada por Leonor Silveira.] Achei mais viável o desabafo a uma senhora do que a outro homem, achei mais bonito, mais sedutor. De resto, as mulheres têm esse pendor, elas percebem os homens, já que eles não as percebem tão bem... A mulher é o lado feminino do universo, a parte fundamentel na continuidade das espécies. Já Agustina Bessa-Luis dizia, referindo-se à Virgem, que a Mulher é a Mãe de Deus. A mulher, digo eu agora, é a mãe da humanidade."
"Há uma fórmula que adoro, que li escrita no jornal a propósito de uma escultura em Modena de Donatelli, que dizia 'ele consegue a simplicidade dos gregos e o realismo da Renascença'. Achei esta ideia magnífica: ser simples quer também dizer ser claro, e ser claro é trazer á superfície o que é mais profundo."
Manoel de Oliveira, Berlinale.
Fonte:ipsilon.publico.pt
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