sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Teatro, o Cinema e os Livros.


“as pessoas que dão mais valor à estabilidade e que temem tudo o que é transitório, incerto, mutável, construíram um poderoso sistema de estigmas e tabus contra o desenraizamento como força desestabilizadora e anti-social, e assim conformamo-nos a maior parte das vezes, fingimo-nos motivados por lealdades e solidariedades que realmente não sentimos, escondemos as nossas identidades secretas sob a pele falsa das identidades marcadas com o selo da aprovação. Mas a verdade escapa-se nos nossos sonhos; sozinhos na cama (porque todos estamos sós na noite, mesmo quando não dormimos sós), elevamo-nos, pairamos, fugimos. (...)Aquilo que proibimos a nós mesmos, pagamos bom dinheiro para admirar num teatro ou num cinema ou nas folhas de um livro.” 

Rushdie, In O Chão Que Ela Pisa.

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