terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Tempo de crise, tempo de comunicar.
Num universo com milhares de marcas nacionais e internacionais, e porque um vinho não é só o conteúdo de uma garrafa, mas também a forma como é engarrafado, rotulado, embalado, distribuído e apresentado ao consumidor, deverá existir um cuidado crescente com a forma de comunicar, sendo que o aspecto final do produto dita, em cerca de 50% dos casos, a decisão de compra. Não pretendo naturalmente com isto dizer que se pretenda a “Ikeização” do mercado dos vinhos, mas sim, que se deverá prestar especial atenção às características visuais do produto; e há ainda muito por fazer.
Numa perspectiva de internacionalização, e num momento em que o preço baixo do dólar prejudica inevitavelmente a exportação para os diferentes países que lhe estão anexados, as marcas portuguesas podem, e devem, usufruir da consequente baixa de preços dos canais de comunicação, reforçando os seus investimentos na promoção dos seus produtos no exterior. Em termos de comunicação, julgo ser importante analisarmos a conjuntura internacional numa perspectiva optimista, ou pelo menos de “copo meio cheio”, evitando a habitual inércia justificada pela incógnita da variação das principais bolsas mundiais.
Em países como o nosso, em que é fácil aceder a bons vinhos em diferentes locais, desde as garrafeiras tradicionais, passando pelas grandes superfícies, que começam a ter já uma oferta interessante e representativa das diferentes regiões vitivinícolas, ou pelas lojas gourmet, a internet acaba por ter uma função mais informativa do que comercial, mas que não deverá ser descurada enquanto ferramenta de comunicação. Os sites bilingue (ou “tri”, e por aí fora) são uma tendência natural e, na minha perspectiva, obrigatória, para qualquer marca com ambições de internacionalização. O produtor deverá também ter especial atenção ao nome que dá aos produtos que pretende exportar, uma vez que a fonética da língua portuguesa nem sempre tem uma fácil dicção noutras línguas, e a memorização de um nome é essencial para a sua divulgação. As marcas de vinho portuguesas precisam então de aprender línguas, sair da redundância do vestido preto (que é uma opção elegante mas também comodista), comprar maquilhagem nova, e apanhar um avião à procura de novos desafios.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Os Moreira.
A Dona Palmira diz, com muita graça, que foi já há 29 anos que se casou, e veio de casa dos pais para ali para Matosinhos, para a Heróis de França. “Nos primeiros tempos chorava de manhã à noite”, até que um belo dia o marido, o Senhor António, se zangou com ela e lhe disse que, se ela não queria estar ali com ele, a ia levar onde a tinha ido buscar, que não queria ali ninguém contrariado. Foi “trigo limpo, farinha amparo”, e viram os filhos a crescer ali na rua e são felizes até hoje. Há 26 anos pegaram no Salta o Muro e, desde aí, fazem também felizes todos aqueles que ali entram para saborear os seus petiscos. Da mobília desta casa fazem parte a Carla, que tem uns olhos de um azul caribenho, e o Augusto, um leixonense ferrenho que ostenta fantásticas pulseiras e anéis de ouro, que lhe dão um toque distinto no manuseio das travessas. A Carla e o Augusto não são Moreira mas são irmãos, e servem naquele restaurante, respectivamente, há seis e oito anos.
À entrada, atrás do seu balcão (e aquele balcão é mesmo dele, porque dali nunca o vi sair, a não ser para se sentar numa das mesas livres para comer com o pessoal, quando terminado o serviço) temos sempre o Sr. António que, de caneta Bic atrás da orelha, vai recebendo quem chega. Quem vai ao Salta o Muro sabe que, à partida, vai esperar, e de pé, o que não é necessariamente um problema, uma vez que o Sr. António sabe bem como entreter os clientes com uns jaquinzinhos fritos, quando os há, umas tiras de presunto cortadas na hora, broa, azeitonas e umas lambretas como só ele as sabe tirar. Uma vez sentados à mesa, são-nos enunciadas, em voz rouca pela Carla, ou numa voz mais aguda pelo Augusto, as iguarias do dia, que são sempre diferentes e boas. Bacalhau assado na brasa, robalo grelhado, raia frita, salmonete, sardinhas (no tempo delas, e ali o tempo delas é levado a sério), ou a caldeirada de peixe, são algumas das sugestões que aqui deixo ficar. Uma vez orientadas as coisas na cozinha, a Dona Palmira faz uma visita às mesas, sempre com uma história engraçada para contar, do tempo em que a Maria Cachucha era nova e as histórias começavam por “Era uma vez...”. Diz-me sempre, “sabe que a vida, às vezes, é complicada mas é muito bonita”. No fim do jantar é-nos servida uma das melhores mousses de chocolate do país.
A decoração é rústica, com as madeiras pintadas de “verde água”, e remete para a época em que o Salta o Muro ainda era uma mercearia e não tinha esse nome, e os trabalhadores das docas saltavam o muro das traseiras para ali irem petiscar qualquer coisa. Os preços por refeição ficam entre os 10 e os 15 Euros.
Podia deixar aqui o número de telefone, mas não vale a pena, uma vez que não se aceitam marcações. O nome da rua está na ali atrás, na primeira frase do texto, e o número da porta é o 386.
À entrada, atrás do seu balcão (e aquele balcão é mesmo dele, porque dali nunca o vi sair, a não ser para se sentar numa das mesas livres para comer com o pessoal, quando terminado o serviço) temos sempre o Sr. António que, de caneta Bic atrás da orelha, vai recebendo quem chega. Quem vai ao Salta o Muro sabe que, à partida, vai esperar, e de pé, o que não é necessariamente um problema, uma vez que o Sr. António sabe bem como entreter os clientes com uns jaquinzinhos fritos, quando os há, umas tiras de presunto cortadas na hora, broa, azeitonas e umas lambretas como só ele as sabe tirar. Uma vez sentados à mesa, são-nos enunciadas, em voz rouca pela Carla, ou numa voz mais aguda pelo Augusto, as iguarias do dia, que são sempre diferentes e boas. Bacalhau assado na brasa, robalo grelhado, raia frita, salmonete, sardinhas (no tempo delas, e ali o tempo delas é levado a sério), ou a caldeirada de peixe, são algumas das sugestões que aqui deixo ficar. Uma vez orientadas as coisas na cozinha, a Dona Palmira faz uma visita às mesas, sempre com uma história engraçada para contar, do tempo em que a Maria Cachucha era nova e as histórias começavam por “Era uma vez...”. Diz-me sempre, “sabe que a vida, às vezes, é complicada mas é muito bonita”. No fim do jantar é-nos servida uma das melhores mousses de chocolate do país.
A decoração é rústica, com as madeiras pintadas de “verde água”, e remete para a época em que o Salta o Muro ainda era uma mercearia e não tinha esse nome, e os trabalhadores das docas saltavam o muro das traseiras para ali irem petiscar qualquer coisa. Os preços por refeição ficam entre os 10 e os 15 Euros.
Podia deixar aqui o número de telefone, mas não vale a pena, uma vez que não se aceitam marcações. O nome da rua está na ali atrás, na primeira frase do texto, e o número da porta é o 386.
An issue.
F.Scott Fitzgerald, In Terna é a Noite.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
A Sociedade.
In Jóia de Família, Agustina Bessa-Luís.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Picasso.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
A cidade.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
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